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Ser feliz!!

2013-berlin-fred-karin

Ser feliz… Um dia, a amiga do salotto, Célia, me falou do projeto de sua filha e genro, o Glück Project.  Uma busca do que é a felicidade, por um casal jovem que se mudou do Brasil à Alemanha largando tudo em busca da resposta.  O site é de uma beleza e elegância sedutora segundo só ao conteúdo extremamente inteligente!  Tagarela que sou, escrevi à Karin para dar os meus parabéns.  Ela responde e ainda me pede um testemunho para uma matéria que estava escrevendo à Elle Brasil de Dezembro.

A minha resposta foi daquelas de ímpeto, que se escreve em um respiro só e sai perfeita…tipo quando desce a musa inspiradora (ou a “pizzada” como diz a minha amiga Lucia).  Gostei tanto do texto que o coloco na sua íntegra após o excelente artigo por Karin e Fred na Elle.  E, não resisti, ainda fiz uma entrevista com o fantástico casal que está abaixo!

Clique na imagem para aumentar e ler melhor.

Este foi o texto que eu mandei para a Karin e o Fred:

O meu primeiríssimo entardecer em Florença me trouxe lágrimas.  Não foram de emoção, e sim de tristeza!!  Para uma menina energética de 26 anos que havia morado em SP e NY, as luzes amarelas dos lampiões desta cidade medieval entravam em enorme contraste com o azul daqueles das metrópoles.  Não vi esperança e o amor pelo homem que me trouxe à Itália, naquele momento não bastava.  Mas havia decidido.  Casei, tive os filhos e fui me adaptando… mas não muito.  Não estava feliz.  As crianças pequenas eram lindas, mas eu não sou mãe de bebês.  Gosto muito mais da adolescência e depois, onde podemos discutir e dividir as nossas opiniões!  O peso da infelicidade distanciou o casal e veio o divorcio.

Lembrem também que nos anos 90 a internet ainda não existia.  Viver em Florença significava só isto. Com a separação tive que me reinventar.  Mudei um pouco a casa, as crianças cresceram, comecei a trabalhar e a internet chegou.  Viajei muito e as luzes não pareciam mais tão amarelas.

Mais 10 anos se passaram e virei blogueira, os filhos viraram adultos e conheci um homem que me entende, respeita e admira.  

Sou feliz, e isto com as luzes amarelas mesmo!!  Vejo a beleza nas coisas.  Não sei se conseguiria chegar só aqui, mas sei que cheguei.  Quando tenho problemas, e são tantos, penso que se fosse outra pessoa observando a Consuelo, teria inveja.  Sua vida é tão linda.  Ela é bonita, ama, tem sucesso, tem família, casa e até uma certa grana… Portanto, sabendo disto, me concentro em ver o belo em tudo, em sorrir em socializar, em aprender com os outros.  Sinto que é uma responsabilidade perante à sorte, ou “fortuna” como dizem os italianos.  Palavra que deixa muito menos ao acaso.  Os lampiões amarelos hoje para mim são lindos, e isto me faz chorar de emoção!

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Entrevista e fotos de Karin e Fred.

Quanta coragem vcs precisaram para tomar a decisão de mudar a vida radicalmente.

Fred: Acho que foi bastante coragem, às vezes a gente ainda fica com medo de ter feito uma grande, loucura, he, he, he. Mas também planejamos bastante e conversamos muito sobre o assunto.

Karin: Eu tenho medo todo dia, haha! Mas sinto que às vezes aparecem momentos na nossa vida em que não podemos pensar muito – o certo é se jogar e depois ver o que acontece.

 

O blog/site/projeto (qual?) é uma consequência, parte ou a meta da busca à compreensão e à felicidade?

Karin: Acho que tudo misturado. Queríamos ter um projeto para nos dedicar durante esse período de experimentação. E acho que o Glück veio bem a calhar para isso – porque ele fala das nossas questões do dia-a-dia, de assuntos que sempre paramos para pensar, mas nunca tínhamos escrito nada a respeito. Acho que a felicidade vai sendo descoberta à medida em que o Glück for sendo escrito. 

Fred: O projeto Glück é uma consequência da nossa decisão de dar um tempo na vida que estávamos levando e dedicar mais tempo na busca por entender melhor a felicidade. A ideia primeiro foi surgindo como um tempo para repensar a vida e depois ganhou a cara de uma investigação sobre a felicidade, usando o que aprendemos em nossas carreiras de jornalistas como ferramenta. 

O blog é a forma de compartilhar nossas descobertas e divulgar o Glück.

 

Como vocês “spread the word” (fazem o trabalho e o blog conhecido)?

Fred: Nossa principal ferramenta de divulgação são as redes sociais e o boca a boca de amigos e sites que têm gostado do nosso projeto. Nós usamos o site como nossa principal plataforma para gerar conteúdo e expor nossas ideias. E os posts do site são divulgados para nossos 4000 fãs no Facebook, mais os seguidores do Twitter, Instagram e Pinterest. O primeiro post que publicamos (“Vale a pena largar tudo em busca da felicidade?”) acabou se tornando um viral graças ao entusiasmo dos amigos que o compartilharam tanto que chegamos a mais de 150 mil visitas em dois dias. Foi um belo começo.

Karin: O Fred respondeu bem essa!

 

Em geral, vocês sentem que o seu trabalho está sendo entendido?

Fred: No começo as pessoas não sabiam exatamente o que era o Glück. A maioria entendeu, mas muitos pensaram que era um site de viagem ou um site sobre viver em Berlim. Uma minoria achou que estávamos dizendo que só existe felicidade fora do Brasil ou fora do trabalho, o que não é verdade. Nós queremos pesquisar diferentes formas de encontrar a felicidade, não achamos que existe um só caminho nessa estrada. Cada pessoa deve procurar encontrar seu trajeto e para isso o autoconhecimento é fundamental.

Karin: No começo recebemos também dezenas de emails de pessoas nos perguntando como ser mais feliz, como se tivéssemos respostas prontas para um assunto tão complexo. Infelizmente, não somos gurus da felicidade, haha. Mas esses emails só me dão mais certeza de que o assunto interessa a muita gente – e que anda incomodando as pessoas. Acho que agora os leitores já estão entendendo qual é a proposta, tanto que a maior parte dos emails que recebemos agora é de sugestão de assuntos, links legais, vídeos que precisamos assistir etc.

 

Encontraram a felicidade?

Karin: Eu estou, sim, muito feliz. Mas eu também já me considerava uma pessoa feliz antes de dar essa guinada de vida. Acho que as pessoas imaginam que felicidade é um eterno estado de êxtase, como se desse para se sentir como se você tivesse ganhado na loteria o tempo todo. Sendo que isso é bem difícil – tem dias em que estamos mais felizes do que em outros. Alguns estudos mostram que felicidade é algo que cada pessoa pode construir internamente para si. E acho que se esforçar para ser mais feliz também faz parte desse processo.

Fred: He, he, he acho que somos pessoas felizes, sim, mas não existe um “final feliz”, enquanto se está vivo. A vida está acontecendo agora e a busca pela felicidade é um exercício constante que deve nos acompanhar até o fim. Acho que sempre fomos pessoas desacomodadas e curiosas o que sempre nos levou a buscar viver da melhor forma que pudéssemos em cada fase da vida até agora.

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Incrívellll!!!! Adorei as respostas!!!!!  E não é lindo também como se dividem e encontram nas respostas…

Talvez pelo iminente meio século da minha vida, talvez por estar mais tranquila em casa, sinto que ultimamente o Consueloblog tem sido sobre se encontrar e explorar a felicidade dentro de cada um de nós, através da arte, astrologia, nutrição sadia, decoração, viagens e risadas…e fico tão feliz e honrada com a presença de vocês todos neste processo!!

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