moda | estilo | viagens | afins | Consuelo Blocker

Que tal um filminho?…

12081034_876172785807371_1768680168_n

Mais uma colaboração com o grande amigo do Salotto, Cassi!  Eu AMO vários destes filmes que ele sugeriu!  Quem já viu?

Que tal um filminho? por Cassiano Lopes

Salotto do meu coração, amo assistir filmes e o fim de semana é quando posso ficar aninhado na cama com os olhos fixados na telinha, acompanhado de um belo pote de sorvete, um bowl de pipoca, uma garrafa de vinho ou uma caixa de kleenex dependendo do gênero, pois sou manteiga derretida e choro pra valer!

Me apaixonei pelos filmes por influência da minha mãe e um tio mais velho. Lembro que compramos o primeiro vídeo cassete em 1990 e alugávamos vídeo tapes ao lado de casa. Quando íamos passear na capital, o cinema era um dos “pit-spots”, junto com um fast-food delicioso de croissants. Mais tarde fui estudar por aquelas bandas e muitas vezes acompanhei meu tio ao cinema para assistir Harrison Ford, Al Pacino e Robert de Niro, seus atores favoritos.

“Peguei gosto pela coisa” e comecei a frequentar o cinema sozinho. Meu primeiro filme com uma história homoerótica foi a Lei do Desejo, do Almodóvar, com o jovem e viril Antonio Banderas.  Fiquei “de cara” com as cenas e curioso para descobrir novos títulos do gênero. Com o passar dos anos, fui me interessando mais e hoje, Thank God, há uma lista incrível de títulos com riquezas culturais, diversidades comportamentais, sob diferentes abordagens e percepções únicas de diretores e produtores de sucesso.

Dentro da categoria LGBT, há muitas produções lindíssimas que variam de comédias aos dramas (mais comuns) e listei os que me marcaram e que assisto repetidamente. Alguns sei as falas de cor e recomendo todos eles!

 As Aventuras de Priscilla – A Rainha do Deserto (1994)

Esse filme vale a pena só pela trilha sonora, pois trouxe de volta o nosso hino, I Will Survive. Duas drag queens e uma transexual atravessam o deserto australiano em um ônibus capenga para fazer um show num resort longe pra dedéu! No caminho, muita coisa acontece que mexe com a estrutura emocional dos personagens e de quem assiste. O figurino é super colorido e a interpretação do Guy Pierce, todo saradão, é imperdível! Depois de assistir esse filme, “garrei” na disco music e enlouqueci! Ainda tenho o cd e quando coloco, geralmente dia de fazer faxinão, é uma festa! Até minha mama dá umas requebradinhas no esqueleto. Sutil, mas chacoalha! hahahahaha

The Birdcage – A Gaiola das Loucas

Esse é um dos meus f-a-v-o-r-i-t-o-s! Porém, a versão americana, pois a francesa (original) acho chata. Armand (Robin Williams) e Albert (Nathan Lane) são um casal e donos de um clube noturno de drag queens. Quando seu filho diz que vai se casar com a filha de um senador (Gene Hackman) e que os pais da noiva querem conhecer a família, eles decidem mentir que são uma família tradicional e é aí que a diversão começa. É de rir do começo ao fim! O Hank Azaria como empregado do casal é t-u-d-o, principalmente a cena em que ele dança uma música da Gloria Estefan com peruca laranja e um micro shorts. Assisto sempre quando estou deprê e meu humor muda na hora. Quando morei nos States, visitei South Beach, cenário do filme. Que lugar era aquele! Hoje não sei como está, nem faço ideia. Mas lá nos anos 99, era mara! Cada corpitcho, cada latino, de enfartar! #chamaobombeiro

 

Má Educação

Gente, esse filme… Tenso! Um dos meus favoritos do Pedro Almodóvar. São várias histórias dentro do enredo principal e, dizem as más línguas, que é um filme autobiográfico, ou seja, conta uma parte da vida do diretor (infância). Não sei se é verdade ou apenas especulação. Se for, que dó! Que barra e quanta tristeza… Ignacio e Enrique são os protagonistas. Eles se conhecem e se apaixonam em um colégio interno de padres, porém suas histórias são cercadas de muitos segredos, além de abuso sexual, proibição do amor entre duas pessoas do mesmo sexo, ciúmes, prostituição e outros temas que permeiam essa realidade. A interpretação do Gael Garcia Bernal é ótima! Ele travestido, lindo! E o Paquito? Uma versão meio paraguaya do Roni Von jovem? TUDO!

O Segredo de Brokeback Mountain

Coisa mais linda essa história. E imaginar dois caubóis lindos, de calça justa, botas, chapéu, com todo aquele sex appeal, se pegando, Oh My God! Fetiche na certa! Assanhamento à parte, esse filme do Ang Lee quebrou barreiras e ganhou três Oscars, além de outras indicações. Protagonizado pelos gatos Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, o filme relata o complexo relacionamento emocional, sexual e romântico do casal em um local que a homossexualidade é tratada como doença – horrível!?! Pensar que se essa história fosse verídica, não conseguiria entender como viveram tanto tempo enclausurados nessa relação “proibida”. Chorei rios e me revoltei horrores com esse longa. As emoções à flor da pele foram por causa da fragilidade, da entrega ao amor, da cumplicidade que construíram longe de todos, afugentados da realidade… A revolta senti pela surra que o Jake Gyllenhaal leva num bar, pela forma rude que uma das esposas é tratada sem entender nada e quando a verdade vem à tona. Nossa!?! Só de lembrar chego a suar. Vale à pena.

 

Milk – A Voz da Igualdade

Adoro o Gus Van Sant e filmes biográficos. E a atuação do Sean Penn nesse longa como Harvey Milk, o primeiro político assumidamente gay dos Estados Unidos, é de tirar o chapéu. O Sean Penn já é de tirar o chapéu. A camisa também. A calça, é claro. Tira tudo! Hahahahaha Sortuda da Charlize Theron! A história do Harvey Milk é que ele se transformou em um dos poucos líderes políticos que lutou com unhas e dentes pela igualdade e direitos dos LGBTs em uma época que o conservadorismo americano “bombava”. A história se passa em São Francisco, na famosa Rua Castro e é um must-see, ainda mais porque tem o James Franco “Mr. Right for me Right Now” no elenco! #naughtycassi

 

The Normal Heart

Esse filme do diretor americano Ryan Murphy mexeu comigo… Já assisti umas 10 vezes! É de uma profundeza que a cada cena assistida era como se recebesse um soco no estômago. O relato da luta da comunidade LGBT norte-americana pela sua sobrevivência, não apenas como grupo odiado pela família tradicional, mas principalmente como seres humanos, é horrível. Fiquei com a garganta seca, um sentimento de amargura e abandono até o fim do filme, quando mais uma vez me debulhei em lágrimas… The Normal Heart reconstrói a história dos primeiros casos da Aids nos Estados Unidos, também chamado de “câncer gay” na época, e a morte de milhares de homossexuais no país, devido à negação do governo, da população e da mídia. Mark Ruffalo tem uma interpretação marcante ao lado de Julia Roberts (meus atores favoritos). É também um filme forte, emocionante e que mexe com valores morais e éticos. Queria muito conhecer o Larry Kramer, dramaturgo norte-americano em qual o personagem do Ruffalo foi inspirado. Quem sabe um dia…

 

Tudo sobre a minha mãe

Se eu fosse contar tudo sobre a minha mãe em um filme, teria que ser uma trilogia! Porém, como mama Rose ainda não quer o estrelato, mantemos tudo em família e no conto de causos das rodas de amigos. Em contrapartida, tem esse outro trabalho incrível do Almodóvar que também acho ser um pouco autobiográfico. Meu personagem favorito é a travesti Agrado, que junto com Cecilia Roth, Penélope Cruz e Marisa Paredes, fazem desse filme um clássico moderno. Os temas abordados não fogem do imaginário do diretor: Aids, prostituição, mudança de sexo, religião, conflitos e relacionamentos. É punk também e um dos meus preferidos. Mas a Agrado rouba a cena. Só a cara dela é de morrer de rir! E os diálogos então? Minha nossa! A P. Cruz tá um pouco chatinha nesse filme, mas tem o Volver, do PA também, em que ela arrasa!

 

Filadélfia

Prepare o lenço para esse filme. É de se debulhar em lágrimas! Mesmo não curtindo o Tom Hanks, assisti esse filme umas 10 vezes também. O que mais me chamou atenção foi acompanhar a evolução comportamental do advogado interpretado pelo coro do Denzel Washington ao longo da história. No começo ele teve receio em aceitar o personagem do T. Hanks como seu cliente por puro preconceito. Depois, tudo muda. O amor realmente transforma. A música tema é de “se giletar” de linda. Sempre que ouço, choro também… #cassimanteigaderretida

 

O Pecado da Carne

Esse filme israelense também é tenso, porém lindo! Ele conta a história de amor entre dois judeus, Aaron e Ezri, em Jerusalém. Aaron, judeu ortodoxo, pai de quatro filhos, é dono de um açougue. Ezri, um estudante desabrigado (lindo) de dezenove anos, visita a loja de Aaron para usar o telefone e pedir emprego. Mas a oferta é recusada até Aaron encontra-lo dormindo na sinagoga local. É aí que tudo começa. Ezri vai morar com o açougueiro gato e a relação deles vai ficando cada vez mais intima até se apaixonarem e viverem um amor proibido. É um conflito atrás do outro, com questionamentos religiosos, traição, desejos e incertezas. O desenlace final é questionador e nos deixa uma mensagem de reflexão sobre o que realmente vale à pena na vida.

 

Do Começo ao Fim

Fiquei na dúvida de indicar esse filme brasileiro do Aluízio Abranches, pois o enredo traz, além da homossexualidade, o incesto. Ui! Entretanto, como o próprio diretor disse em uma entrevista, sua intenção era mostrar o amor, independentemente de qualquer condição. E se você descaracterizar essa condição e prestar atenção apenas no amor que os personagens dos atores João Gabriel Vasconcellos e Rafael Cardozo tem um pelo outro, a ótica muda. Eles são irmãos por parte de mãe, Julia Lemmertz, e a relação dos dois, intensa desde a infância, se fortalece quando se tornam adultos e quando sua mãe morre. Só assistindo para entender; e com o coração aberto.

Poucas Cinzas – Salvador Dali e Garcia Lorca

Que Salvador Dalí foi um gênio da pintura surrealista todos sabem. E do seu relacionamento conturbado com Garcia Lorca? Pois é… Esse filme fala disso. A história se passa na década de 20, com um Dalí jovem e cheio de sonhos. Vanguardista e exibicionista, atrai todos os olhos da universidade onde vai estudar, sendo Garcia Lorca um deles. A relação entre os dois cresce e é notório a atração que um sente pelo outro. Mesmo assim, lutam contra tal desejo. Vários momentos de conflito são narrados no filme, sendo os mais intensos quando Gala, a musa de Dalí que se torna sua esposa, entra em cena. O controle e influência que ela exercia sobre o artista enfurecia Garcia Lorca e contribui, em minha opinião, com momentos insanos da vida de Salvador.

 

Espero que vocês curtam essas dicas de filmes. Beijocas e abraço de urso!Q

Exit mobile version