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Londres: White Cube com Josia McElheny

Coisas de Londres… Estávamos indo para lá, vimos uma placa da über-galeria White Cube e acabamos aqui. E que aqui foi esse!!

A über-glossy galeria White Cube em mason's Yard

A über-glossy galeria White Cube em mason’s Yard

A White Cube é outro espaço que nos expõe a artistas contemporâneos de enorme porte e potencial.  Quando passamos lá sexta feira passada, (infelizmente já acabou dia 12 de Janeiro) o artista era Josiah McElheny.  Não o conhecia.  Mas a fama da galeria nos fez entrar.  Que sorte a nossa!!

O americano McElheny de 46 anos é especializado na arte de vidro de sopro tendo treinado com mestres na Suécia, Murano (Itália) e Boêmia (Checoslováquia).  Mas o seu interesse é como moda e modernismo tem influenciado um ao outro especialmente através da linguagem do corpo.

Não entendi nada disto ao entrar na exposição.  Aliás, várias vezes, tanto em desfiles quanto nas galerias de arte contemporânea, primeiro prefiro ver o que entendo e depois ler a intenção do artista.  Para mim, a coisa mais importante é aquela estética no momento histórico.  Sem tirar a importância do que o autor queira mostrar, é como ele me provoca que me interessa.  Um tanto quanto prepotente da minha parte, mas acho que neste quesito pessoal, e pessoalmente, me posso permitir.

Duas foram as exposições de McElheny.  No primeiro andar lindas vitrines com esculturas de vidro inspiradas em estilistas como Courrèges, Cardin, Hussein Chalayan, Alexander McQueen e Man Ray.  Com gravações listradas, quando nos movemos, as peças parecem se transformar.  Cada vitrine é uma obra.  Lindo, mas não mexeu comigo mais que tanto.

No primeiro andar vitrines de peças em vidro de sopro. A mover em volta delas, o efeito das listas faz com que as peças parecem ondular com efeito moiré, desafiando a dureza do material

Foi ao descer que me deparei com uma sala onde sete sanduíches de espelhos estavam apoiados e um estava sendo vestido por um membro do grupo da Trinity Laban Conservatoire of Music & Dance.  Seus espelhos passeiam lentamente pela sala em uma coreografia estabelecida pelo artista.  Ao fazê-lo, abstrai, seciona e faz desaparecer imagens de mim e dos outros na sala.  Às vezes, novas construções se formam.  Achei lindo, divertido, interessante.  Não tenho certeza se maravilhou o meu lado infantil ou o que, mas amei!  Talvez a razão está imbuída no que está escrito no release do show “Se o corpo humano mudou pouco desde que começamos a andar retos, a história da moda nos mostra que temos sempre buscado novas e extraordinárias maneiras de transformá-lo!”

No andar abaixo, oito “sanduiches” de espelhos.

Entre um e até oito membros do Trinity Laban Conservatoire of Music & Dance carregam os espelhos lentamente pela sala em uma severa coreografia estabelecida pelo artista.

Fragmentação do espaço e dos corpos…

 

Eu estava na frente deste espelho…

Uma perna é minha outra do Roberto…

Nas paredes, vidros transparentes inspirados nos desenhos de Sonia Delaunay e Varvara Stepanova, lindos enquanto fantasmagóricos, amplifiam a experiência.

Os dançarinos revezavam a performance a cada 15 minutos pois cada peça pesa mais de 15 kilos.

Outro momento inspirador em Londres que vou carregar comigo por muito tempo!

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