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Londres: Saatchi Gallery, Paper

Na Saatchi Gallery em Londres. Atrás de mim"Dumbstruck" por Rebecca Turner

Na Saatchi Gallery em Londres. Atrás de mim “Dumbstruck” por Rebecca Turner

Nos domingos em Londres, um dos meus programas favoritos é começar com um delicioso brunch no PJ’s, ir até a loja do Conran encostada no lindo prédio Bibendum (um curioso exemplo da transição do estilo Nouveau ao Deco), passar pela ótima loja Joseph e caminhar até a King’s Road para window shop e terminar o dia na Saatchi Gallery (cuidado que fecham às 18:30).

O parque na frente da Saatchi Gallery na King’s Road

Desta vez vimos uma exposição fantástica!! Se chama Paper  Com o tico e teco em vacation mode me custou duas salas antes que eu compreendesse o tema!!  Mas foi incrível!  Lindo com leveza de material e peso de expressão vi algumas das obras mais originais e emocionantes dos últimos tempos.

Sigam-me, please!

Primeiro ADOREI o Japonês Yuken Teruya.

Yuken Teruya

Como explica o catálogo:

No trabalho de Yuken Teruya o descartado se torna o local de transformação poética. Sacos de compras-emblemas de consumismo desenfreado – são colocados dentro da galeria a noventa graus, tornando-se frestas para o espectador. Invertendo o fluxo da indústria da árvore ao papel.

A sensação, quando se está na frente de todas estas “frestas” é de poesia.  Um trabalho tão delicado e lindo onde o recorte traz luz à obra e traz a árvore de volta ao papel…

As sacolas expostas a 90 graus.

Tem um ótimo post sobre este artista no blog da amiga do Salotto, a Maria Araci, AQUI.

Outro trabalho forte e lindo é de Paul Westcombe, Coffee Cups.

O trabalho de Westcombe era, como acontece com grande arte, nascida do tédio. Trabalhando como manobrista, ele começou a desenhar em qualquer material que vinha à mão, como recibos de metro de Londres e xícaras de café de papel. Estes copos tornaram-se a superfície ideal para seus desenhos carnavalescos de pensamentos neuróticos que afligem a mente em momentos solitários. Seus títulos, como Sexo é chato Comigo, formam um comentário auto-depreciativo.

 

Deslumbrante o trabalho do brasileiro (que orgulho!!) Marcelo Jácome, Planos-pipas n17

Planos-pipas de Marcelo Jácome ocupa o espaço de desenho, escultura e arquitetura sem nunca, porém,  pertencer a qualquer uma destas categoria. Mergulhando em todo o espaço desta sala como um bando de papagaios enlouquecidos, as pipas parecem mover-se em uma unidade semi caótica.

O último trabalho que quero apresentar é incrivelmente forte.

Sempre me questionei como foi a criança que virou um ditador horrível e assassino.  É possível que ela já era intrinsicamente ruim?  É o que Annie Kevans expõe.  Em uma única sala, ela une alguns dos maiores monstros da história…mas como crianças com seus olhares inocentes.  Me pergunto se isto fosse possível, o que aconteceria?  Eles brincariam?  Ou tentariam destruir um ao outro?  Como diz o catálogo, este trabalho traz à tona “a disjunção entre o que sabemos hoje e o que não sabíamos então.”

A impressão é de um lugar pacífico mas também mórbido…

Se estiverem em Londres antes do dia 3 de Novembro, 2013, passem lá, vale a pena!!!

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