Ontem fui a Florença para tomar um drinque com amigos e assistir o novo diretor da Galleria degli Uffizi, o Prof. Eike Schmidt, dar uma palestra.
A tarde estava linda e aproveitei para tirar algumas fotos.
Link ao post que fiz quando reabriram o lindo museu do Duomo é este AQUI.
Algumas curiosidades… O centro da cidade de Florença é restrito à maioria dos carros. Mas pode-se entrar e ir direto a uma das garagens e pedir para “scaricare la targa” ou seja tirar o número da tua placa da lista dos carros que entraram no centro sem a autorização. Isto é legal e o melhor jeito de transitar no centro. No Google maps você encontra as várias garagens que existem no centro. Todas fazem este serviço.
Sobre à entrevista que foi na casa de leilão Pandolfini. A entrevistadora, muito capaz e simpática, Marina Mojana é jornalista do Il Sole 24 Ore. Ela foi fantástica!
Como o Prof. Schmidt é alemão, ele foi recebido com frieza pela comunidade fiorentina. Mas o museu, um dos 3 maiores da Itália e proprietário da maior coleção de arte renascentista do mundo precisa de importantes mudanças e ele parece ser o homem certo para isto! Ao longo dos 45 minutos que conversaram, discutiram vários pontos interessantes… Os meus favoritos.
- A jornalista perguntou qual quadro o diretor gosta de visitar para acalmar os nervos quando sai de uma reunião muito chata,? Ele hesitou. Talvez por ser alemão não queria optar só por um dizendo que tem tantos lindos trabalhos no museu. Pressionado ele disse O Tondo Doni de Michelangelo (1504). É divino e até a moldura é original. E adicionou, “se o museu incendiasse, e não vai acontecer, seria o quadro que eu salvaria. Mas tenho que ir à academia, pois é muito pesado! Rsss
- O diretor, que fala italiano e inglês perfeitamente, contou como a coleção do museu é resultado de grandes colecionadores e de relacionamentos comerciais e diplomáticos nos vários anos. Portanto, é um estudo de amantes da arte. Pois alguns museus, como o Louvre ou o British Museum, tem muitíssimas peças importantes que são espólios de guerras e ainda razão de tensão entre países. Eu nunca tinha pensado nisto!! Por essa e outras que é tão bom ver pessoas inteligentes falarem!
- Comentaram como a coleção dos Medici (origem da maior parte das obras do Uffizi) era de artistas contemporâneos da época. Como é a importante identificar os novos talentos. Pessoalmente exploro muito esse mundo da arte contemporânea dos nossos tempos. Às vezes acho que é como a fábula do rei nu… Porém quero tentar entendê-la. Mas acredito que deve ser algo que cada geração passa com a arte do momento. A diferença hoje é que muito mais pessoas compram arte para auto-promoção… mas pensando bem… qual será que era a intensão dos Medici de colecionar arte contemporânea? Será que também não tinha um pouquinho de auto-promoção?
- Mojana perguntou quais são os mecenas, banqueiros (os Medici eram banqueiros) ou apoiadores do museu hoje. Schmidt respondeu que são os visitantes do museu. Isso é muito interessante pois muda o objetivo a quem as obras devem agradar. Por isto que uma das primeiras providências foi criar uma nova sala para os maravilhosos quadros de Boticelli . Na sala antiga quase não víamos as peças por causa da quantidade de pessoas!
- O diretor também mencionou o que está na moda hoje quanto à arte. Duas coisas… 1. a arte contemporânea 2. As grandes obras de arte como a Primavera ou Venus, ou a Mona Lisa de Leonardo da Vinci de 1503 ou o Davide de Michelangelo de 1504. Schmidt atribui o sucesso às mídias sociais e à distribuição capilar da informação. E foi além. Mencionou que isto já aconteceu na história quando a fotografia foi inventada em 1800.
Achei tudo isto tão fascinante!!! Aprendi muito pois unimos esses novos conhecimentos a o que já se sabia para criarmos a nossa opinião! Por isto que não paro procurando estímulos por todos os lados. Me alegra! Me faz feliz!