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Nova Iorque: Guggenheim, Frank Lloyd Wright e James Turrell

Ata Reign de James Turrell no Guggenheim

Aten Reign de James Turrell no Guggenheim

Já aconteceu com vocês de ouvirem pela primeira vez de algo e depois disto esta “coisa” reaparece over and over again nas nossas vidas?  Desta vez para mim foi o James Turrell.

Arte contemporânea para mim, como já falamos outras vezes, é um bicho de sete cabeças que tento domar há já algum tempo… Tenho dificuldade muitas vezes de associar valor a ela, e por o que tenho notado, muitas vezes, realmente o valor e importância associados a um artista ou obra são inflacionados.  Outras vezes não.

A melhor crítica que li sobre isto, foi o ano passado e infelizmente não lembro quem escreveu, mas acho que foi o crítico de arte da BBC.  Ele colocou uma pintura abstrata de Yves Klein…

Yves Klein (1928-62) foi um dos criadores da performance art onde corpos nus com tinta (especialmente o seu azul Klein) rolavam sobre as telas.

…ao lado de um desenho em vermelho da sua filha de 3 anos e pediu para pessoas responderem qual era a obra de arte.  30% erraram na resposta!  O autor, que gosta de arte contemporânea, continua sua discussão explicando que arte com valor é aquela que dura no tempo.  Na minha cabeça fiz uma analogia com a música dos Beatles que, só até hoje, alegra 3 gerações, no mínimo!!

O artigo também conta como poucas vezes na história da arte, artistas foram tão ricos em vida.  Isto é porque várias cidades, instituições e pessoas buscam nela uma forma de auto-promoção.  Pensem em como Bilbao foi colocada no mapa graças ao seu museu, Guggenheim com obra de Frank Gehry).

Museu Guggenheim em Bilbao, Espanha. Prédio por Frank Gehry (imagem Wikimedia)

Reparem de quem é a exibição!! (imagem www.bluffton.edu)

A demanda é tão maior do que a oferta, que os preços, também graças a tal volta os hábeis galeristas, são inflacionados.  E digo isto com a maior franqueza e tentando ser objetiva.

Bom, voltando, ouvi falar no Texas de James Turrell (1943-).  Ele é um artista contemporâneo que usa a luz.  Quando buscava as exposições do momento em Nova Iorque, vi que ele estava no Guggenheim (que eu ADORO).  Vi o vídeo e me apaixonei!

Turrell, um simpático Californiano, explica sem pretensão, que sua arte é intangível, e que o que resta é a experiência.  O artista é Quaker e na sua religião costuma-se sentar em uma sala sem decoração em silêncio até que o espírito te leva a falar, se manifestar.  Acredito que ele busca esta “conversa” com o espírito nas suas obras.

Para está comissão do Guggenheim, Turrell pôde “dialogar” com o espaço elíptico para criar a sua Aten Reign que utiliza circunferências iluminadas com LED que mudam de cor e no núcleo “casam” com a iluminação natural do átrio do museu que por sua vez foi brilhantemente desenhado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright.

O átrio de baixo para cima, mesma perspectiva que vemos a obra de Turrell. Imagem obit-mag.com

Depois, discutindo com a Lucia e meu pai, defendi a sua arte como algo que me tocou, alargou o meu horizonte.  Turrell mesmo disse que a luz “estende” a realidade e que “Somos parte na criação da realidade em que vivemos.” James Turrell

Além da beleza da obra, a interação com o observador é incrível!!  Olhem só as minhas fotos!!

O átrio lotado!! Certamente a experiêncîa seria mais esotérica com menos gente…mas arte também é democrática!

Tem até uns colchãozinhos no chão para deitar!

 

A exposição tem mais algumas peças de luz que brincam com a nossa percepção de espaço e volume…  Para mim, o que deixou tudo redondinho foi a interação do observador com a obra, a fazendo portanto, concreta no imaginário!!

Esta luz é chata na parede…mas parece um cubo suspenso no ar.

E só para terminar, olhem o vídeo da construção da obra.  Foi incrível!!

Para quem conhece o museu, os corredores estão fechados assim!

Nossa!! Hoje o post foi super intellectual!! Não é? Ou será que foi só um momento de total BS, como elegantemente dizem os americanos?…

A exposição fica no Guggenheim de Nova Iorque até o dia 25 de setembro.

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