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Crônicas por Alessandra Blocker: Série de Instantâneos.

Blogger no Texas…

Hoje estou voltando à Europa, mas ainda não à Itália.  Vou a Paris por três dias para ver minha mãe junto com meus filhos, Allegra e Cosimo.

Deixo no Texas meu pai e minhas irmãs, Bianca e Alessandra que volta ao Brasil só depois de amanhã.

Minha vida é assim, sempre deixo um pedacinho do meu coração em algum lugar.

Como despedida, Alessandra, que escreve como poucos, me deu esta crônica de presente. Obrigada Alessandra!!

Gostaria de dividir com vocês.  Aqui vai, e até bem logo em Paris com a Mamisa!

 

Alessandra com Carlos no dia do seu casamento.

 

“Cada dia é um dia… ‘Vida’ é noção que a gente completa seguida assim, mas só por lei duma ideia falsa. Cada dia é um dia.“

Até ler este trecho de Grande Sertão: Veredas, confesso, não tinha pensado na vida dessa maneira. Mas é isso, mesmo. A concepção de “vida“ como um bloco todo, um contínuo é uma grande ilusão. Na verdade tudo o que podemos é viver um momento de cada vez. Como um filme é uma série de instantâneos, que vistos em sucessão, dão a ideia de movimento. Momentos de pura arbitrariedade, frutos do acaso. Sairmos de casa um minuto antes ou um minuto depois, pode não significar nada, ou pode significar o fim de uma vida. Quem sabe? Quem pode dizer o que teria acontecido? Destino, sorte ou, simplesmente, realidade? É isso que os indianos querem dizer com viver no agora? Uma vida, um segundo.

Meu pai tinha uns seis anos quando conheceu o pai do Carlos, meu marido. O Carlos e eu estudamos na mesma escola. Os primos dele eram meus melhores amigos. Mesmo assim, nós só nos conhecemos poucos anos atrás, eu tinha 40 anos e ele 44. Nos conhecemos ele tinha acabado de sair de um casamento de 20 anos. Eu, depois de anos de relacionamentos ultrafracassados, sofrimento em cadeia, me joguei numa terapia que, sem dúvida salvou minha vida amorosa, e minha vida em geral. Tenho muitas dúvidas nesta vida, mas de que nunca conseguiria manter um relacionamento minimamente saudável se não tivesse feito esta terapia, não tenho a menor.

Então, um momento exato, um capricho do destino, me apresentou o homem que seria aquele que chamo o da minha vida. História de amor ou simplesmente fruto do acaso? Não sei, não tenho como saber, só posso agradecer aquele instante que mudou todos os outros que se seguiram, e que, em conjunto, chamo de minha vida.

 

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