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Costanza Pascolato minha Mummy

Em homenagem ao dia das mães, vou re-postar esta entrevista que fiz com a minha mãe.

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Costanza comigo (esq) e minha irmã Alessandra nos anos 70.

 

I have a very special and famous mother. In this post, I explore those little things only a daughter can know and ask her easy, everyday questions.

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Sou filha de uma mãe famosa. Isto vem com seus pros e contras…dá para imaginar. Enquanto para a maioria do Brasil, e fora, ela é a “papisa” da moda, eu também a conheço como Mummy.

Sempre anos 70, foto Antonio Carlos.

The true story…sem maquiagem…

Neste blog encontrei um espaço onde poder sair um pouco desta enorme sombra de onde aprendi tanto! Posso expressar o meu ponto de vista, cantar com a minha voz. Querendo ou não a influência genética e o “imprinting” são inevitáveis e uma vantagem que carrego sempre comigo, com a maior honra.

Ela sempre me dá conselhos e leva esta responsabilidade muito a sério. Foto de Ali Karakas

Os conselhos se extendem aos netos. Aqui à Allegra em Nova Iorque…

…e também ao Cosimo…que às vezes me parece um pouco surdo. Nova Iorque, Páscoa 2010.

Mas como não sou boba (também graças à Costanza), usei a minha influência para conseguir uma entrevista intimista e com “insider information”. Me diverti super montando tudo isto para vocês (e devo confessar para mim, pois sorri durante todo o processo).

Foto dentro do banheiro de onde sempre se fazem os desfiles da Gucci em Milão. Outubro 2010.

Com minha prima Gabriella Pascolato Costa durante as gravações do vídeo que conta a história da Santaconstancia para o novo site. Foi em Maio, e a Nonna Gabriella também fez parte. Foto de Ali Karakas.

Costanza é uma pessoa passional, determinada e disciplinada. Algumas destas características lhe vem naturalmente, outras como consequência de mudanças que ela quis impor sobre si mesma. Quando eu era pequena, lembro que ela se atrasava sempre. Era normal que o primeiro hóspede que chegasse em casa para um festa ou jantar a encontrasse ainda de toalha arrumando pessoalmente os últimos detalhes. Hoje, se ela não chega pelo menos 3 horas antes no aeroporto e com antecedência a uma reunião, ela fica bravíssima e dá a maior bronca em mim (que herdei o atraso na minha mais profunda índole) e no Seu Ferreira (ou Seu Fê, fiel escudeiro e também motorista).

Em um momento profissional. Showroom da Prada em Milão. Setembro 2010

Nunca a vi sair desarrumada de casa!!!! Ela o faz para si mesma pois se sentiria mal. O “restauro”, como ela chama arrumar-se de manhã, dura 2 horas e ela não esconde isso. Porém minto, pois sei de uma única vez que saiu na rua sem maquiagem. Foi quando desceu correndo de seu apartamento no quinto andar de Higienópolis para abraçar uma árvore que coloria a vista da sua janela que estava para ser podada radicalmente. Adivinha quem ganhou? Bidu!!

Há outras coisas que sei…hehehehe!!!! Sei que apesar de ser papisa da moda, de noite, quando se prepara para ir à cama, ela é papisa do conforto com pijamas que carregam uma kilometragem invejável a qualquer caminhão que atravessa o nosso país a fora…

Em um momento relax na casa de minha irmã. Casa tombada em Higienópolis pois uma das primeiras casas modernistas do Brasil. Projeto de Gregori Warchavchik, avô do meu cunhadão! Chic, não?

Sei que ela gosta mais do Paul Newman que do Robert Redford (NdR: para os mais jovens, uma rivalidade histórica). Sei que adora ver programa na televisão em línguas que não conhece, como o japonês, russo ou árabe, para observar o comportamento e gestualidade.

Sei que ela dança bem pra burro, e que adora música de todos os tempos. Seu gosto é tão moderno e sofisticado que supera o meu E dos meus filhos. Como na moda, ela considera esta uma arte que reflete os tempos e então se interessa como se fosse uma ciência. Além de amar profundamente a música que toca sempre no banheiro de manhã durante seu ritual (junto à informação sobre o trânsito (para não atrasar) e tempo (para saber o que vestir, mesmo se já escolheu a roupa o dia anterior)).

Sei que não gosta do cheiro de torrada queimada e que sua casa é seu abrigo.

E sei que é MUITO engraçada!

Em Nova Iorque, na Broadway, fomos assistir ao musical Mary Poppins. A auto-ironia de Costanza é só um de seus pontos fortes.

Ama a família. Como mãe, esta sempre lá para poder conversar, ou quase sempre. É moderna e aberta, muito. Quando havia problemas com namorados, logo ligava para ela. Não hesitava. Ela me contou que tinha que sentar, pois eu estava em outro continente, mas escutava e era muito carinhosa. E é sempre muito sincera no que diz. Adoro isto, mesmo se às vezes não é o que quero ouvir…

Ama a família com paixão! No casamento de minha irmã, Alessandra, em Maio de 2010. Foto Paulo Freitas

Com os netos adorados, Cosimo e Allegra, em Londres, Julho 2010.

Temos a voz quase idêntica…minha irmã também…mas infelizmente, as pernas não herdei dela. Sempre digo que quando ela me criou, chegou bem até a cintura, e depois se destraiu…

E mesmo assim, sabendo tantas coisas sobre ela, às vezes, ela ainda é um mistério para mim. Acho isto, grande parte do seu charme.

Bom, para o blog fiz as mesmas perguntas que já fiz a Walter Rodrigues e Ronaldo Fraga. E como sempre, adorei as suas respostas!

CB: Qual tua peça de roupa favorita?

CP: É uma pergunta difícil, porque gosto de tudo o que visto! Mas se tivesse que escolher hoje é um blazer da Miu Miu, meio decotado e preto da coleção Fall 2009.

CB: Qual a hora do dia que vc mais gosta?

CP: Adoro a luminosidade da tarde do Outono (em qualquer lugar do planeta) quando o céu está super limpo!

CB: Qual a comida que mais gosta?

CP: Queijos! Fico louca com os franceses, italianos, suíços….todos os de boa qualidade e até exóticos! Mas me controlo por causa de um início de colesterol!! “Choses” da idade!

CB: O que é estilo para você?

CP: Hoje em dia acho que estilo é consistência nas escolhas. Pode ser na roupa e na vida. Estou tão aberta, dado a diversidade dos tempos de hoje, que não acho mais tão relevante distinguir entre o estilo “certo” e o “errado”. É a liberdade da individualidade, quando não esbarra com os exageros de todo o tipo, como: total desleixo, mão muito pesada na provocação….etc. E mais aquela coisa que descobri anos atrás: o estilo que agrada em geral, é o resultado de uma harmonia entre o ser e o parecer, que, em última análise vai nos guiando nas escolhas!

CB: Se você pudesse ser uma coisa, o que gostaria de ser? Quer me dizer porque?

CP: Como sou uma “vouyeuse” vocacional, gostaria de ser qualquer coisa transparente, para estar nos lugares com os olhos e ouvidos a mil, prestando atenção em tudo todos!

CB: Um animal?

CP: Provavelmente um pássaro bem voador!

CB: Se você tem uma tarde livre, o que mais gosta de fazer?

CP: Seria voar para Firenze (talvez com minhas próprias asas) e ir dar um beijão saudoso em vocês três : Consuelo, Allegra e Cosimo!

Com meus filhos, Cosimo e Allegra na Starbucks em Londres.

CB: Qual a peça da tua coleção que você mais gosta?

CP: Se você está falando da coleção da H.Stern com minha assinatura, talvez a peça mais original foi o cordão de 3 metros que dá para enrolar no pescoço, braços e até cintura !

O colar de 3 metros misturados com colares que herdou da Nonna, Dona Gabriella que nos deixou em agosto. Sempre em ordem, mesmo se estamos em uma lanchonete (adoro essa palavra) em Milão que faz OS melhores sanduíches, Panino Giusto.

CB: O que te faz chorar de rir?

CP: Considero o humor uma das coisas mais importantes da vida! Prefiro o que vem carregado de ironia e que nos ensina a viver! Choro de rir com minhas amigas e com o Cosimo, ás vezes.

Cosimo fazendo palhaçada e a Nonna Costanza chorando de rir!

Auto ironia no desfile da Pucci em Milão. “Faço parte dos BRIC countries.”

CB: A tua cidade favorita?

CP: Por pouco tempo, a passeio Paris que rivaliza com Londres (nada de original), e saudades de Toquio. Para morar, só São Paulo.

CB: O teu canto de São Paulo favorito?

CP: Minha casa.

No final ainda me escreveu, “Hope you like it.” Pode? Às vezes, ela não se dá conta de quanto é especial…

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