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Carta para Allegra… Sarah Lawrence College

Version 2

Com minha filha Allegra de 19 anos.

Carta para Allegra: 

Querida Allegra, nunca estive tão orgulhosa de você!!  Sabe, o teu nome foi paixão à primeira vista para mim e teu pai, mas nunca pensei que fosse tão perfeito para uma menina como ele é para você!

Desde o primeiro dia, você abriu seus olhos e me olhou diretamente, quase que dizendo: “Estamos nessa viagem juntas!”  E assim foi! Nunca vi uma pequenita tão atenta aos detalhes.  A tua inteligência é original e me ensinou tanto, tanto, tanto!

E apesar de coladas uma na outra, a tua independência foi crescendo e você encontrou a maneira mais eficiente (e que desse menos trabalho para mim) para encontrar a estrada na qual você acredita tão entusiasticamente!  

Ontem foi uma data importante!  Te deixei neste College tão único, parecido com você.  Um espaço onde o desenvolvimento da criatividade é mor, e o contato com pessoas de outras culturas, enriquecedor!  Eu tenho que passar pelo meu momento de adaptação e deixar você voar, meu passarinho adorado e lindo!!  O corriqueiro, o barulho diário, as risadas serão digitais (espero) mas não menos intensas, só menos frequentes… Mas o coração estoura de orgulho!!!  Saiba disto!!  

Te amo, te adoro e aprendo contigo a cada dia!!  Voa meu canarinho, voa!!  E veja o mundo daquele ponto de vista tão especial que você tem!! E quando for o momento, mostra para a gente, ok?!!  Love you, a dopo!!

Salotto querido, obrigada por este espaço de desabafo!!… Ontem foi um dia intenso mas lindo!!  Levei Allegra ao seu College, Sarah Lawrence, onde ficará por 4 anos (sim, ela volta de férias para casa). A escola é maravilhosa, linda!! O quarto da Allegra grande (poderia ter uma mão de tinta a mais) e o banheiro… bem deixa pra lá!  Estas são as besteiras que vi de primeira mão… Mas deixem-me contar como foi de verdade.

Saindo da casa da Lucia… tralha acumulada para o College…

Chegamos perto de Bronxville a 25 minutos do centro de Manhattan.  Emerso no verde estes casarões típicos do nordeste americano.  Fomos recepcionados com sorrisos e levados ao dormitório.  Nós somos meu pai (que também me levou para o meu college 29 anos atrás), o Sr Maurílio de Paula (sua profissão é turismo e transporte, mas o seu coração vai além! Contato abaixo!) e sua companheira Sylvia Giordano.  Os 5 desembrulhamos toda a tralha, colocamos no armário e fizemos a cama.  A companheira de quarto chega só semana que vem pois esta é a semana só para estrangeiros.   O quarto ficou bem melhor mas falta um tapete, talvez cortinas e uma luz mais “quente”.

Quarto da Allegra pronto

Allegra alegre

Depois de duas horas fomos fazer o tour da escola, jantamos no refeitório e tivemos uma reunião com o reitor.  Foi ótimo!

O tour

O prédio principal

Glicínias

O prédio do fundo é o dormitório da Allegra

Não pode-se fumar em nenhum lugar do campus. Nem nos jardins.

O teatro dos alunos é de qualidade altíssima!

Uma das salas para se reunir com amigos

A natureza é maravilhosa!

A casa da presidente que todos os anos recebe todos os alunos do primeiro ano para jantar

a porta de entrada da Presidente

seu porch

Departamento de Visual Arts. Um dos prédios mais modernos do College

Refeitório

Um dos “snack bars”

Sempre grudados

Os cantinhos de descanso…

Mas deixem-me contar o que há Sarah Lawrence de diferente:
– Não existem majors – o aluno cria o seu junto com um mentor que se chama Don e é atribuído a ele no primeiro ano
– Você recebe uma nota mas além disto, uma avaliação escrita pelo professor.  Esta é escrita para o estudante
– A escola é pequena e as classe também.  No máximo 13 pessoas.  A classe se passa em uma mesa redonda com o professor sentado junto!!!!
– 1 vez por semana você se encontra com o teu Don para discutir tudo.  Do curso a como você está se adaptando, etc.
– São 3 cursos por semestre.  Para cada curso, além da carga de trabalho, tem um projeto pessoal o qual é decidido com o professor, único ao aluno.  É o seu jeito de interpretar a matéria.
– Antes de escolher o curso do semestre, tem-se uma entrevista com o professor para ter certeza que o curso, o professor e o aluno são feitos um para o outro!
Fiquei impressionada!!  É um espaço onde a criatividade e a individualidade são levados ao extremo!!  Quando descobri tudo isto, meu queixo caiu!!!  Acredito ser este o melhor tipo de educação que uma pessoa possa ter, e não só para se educar, mas para crescer como indivíduo! Ao meu ver, é o futuro da educação!!

Allegra quer entrar na indústria do cinema.  Ainda não sabe se como atriz, diretor, escritor, etc…  Sarah Lawrence, e o seu Don, vão ajudá-la a decidir.

Alguns dos ex-alunos de Sarah Lawrence famosos: Yoko Ono, Julianna Margulies, Vera Wang, Barbara Walters, Rahm Emanuel.

Como prometido, o contato do Sr. Maurílio.

Maurílio de Paula: cortês, brasileiro, super informado, educado e ultra profissional. Carro ótimo e grande.
New York Tourism and Transport

+1 (917) 502-5589
nytandt@gmail.com
Insta: newyorktourism
Insta: sylviagiordano – sua companheira faz personal shopping
Face: newyorktourismandtransport

O Snapchat de ontem…

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Em tempo… achei demais de linda esta outra carta de autoria de Silmara Franco para Letícia que sua mãe, Ana Paula. nos presenteou nos comentários.  Não podia deixar de repostar aqui para a delícia de todos!

“Carta para Letícia

Querida

Que bom que você está de volta.

Você nem nasceu ainda, mas eu vou lhe contar algumas coisas deste mundo. Só para refrescar a sua memória ancestral. Porque você já sabe tudo, mas vai esquecer.

Vou explicar. Aqui tem uma coisa chamada banco. Na entrada dele existe uma porta giratória com uma caixinha, e a gente precisa deixar algumas coisas nela antes de entrar. Depois que entramos, pegamos as coisas de volta.

Nascer é mais ou menos como entrar nesse lugar. A gente deixa todo o nosso conhecimento numa caixinha lá na porta do planeta, que também é giratório. A diferença é que levamos algum tempo, às vezes uma vida inteira, para pegar tudo de volta. Depois explico o que é banco.

É preciso dizer: aqui é bem legal, mas um pouco esquisito. Está tudo dividido em países. Mas se você observar o planeta de cima – da estrela de onde você vem, por exemplo – verá que é uma coisa só. Parece óbvio, mas muita gente ainda não percebeu isso.

Além dos quatro elementos – água, terra, fogo e ar – nosso mundo tem três coisas básicas: gente, bicho e planta.

As plantas estavam aqui antes de nós. Não fossem elas, a gente não teria flor para enfeitar a casa e o cabelo. Nem sombra para tirar uma soneca. Nem alimento. Assim que você puder, peça para sua mãe preparar morangos picadinhos com mel. É imperdível. O mel vem da abelha, que é um tipo de bicho.

Os bichos também já moravam no planeta. Não existe um que não seja bonito. Urso, gato, cavalo, gaivota, leão-marinho, joaninha. Se bem que a barata não é nada bonita. Mas não há um bicho que não seja importante. Quer dizer, tem a barata, que eu não sei para quê serve.

Por fim, viemos nós. É importante saber uma coisa: quem chega por último precisa respeitar os que chegaram antes. Muitas pessoas vão tentar lhe convencer do contrário. Não acredite.

Para contar tudo isso – gente, bicho, planta – existe a matemática. Matemática é uma coisa meio chata, Letícia. Mas ajuda um bocado. É com ela que você vai aprender a contar quantos dias faltam para o Natal, quantos bombons de chocolate você já comeu e quantas pessoas estão ao seu lado para o que der e vier. Essa conta é a mais importante. Preste atenção quando a professora lhe ensinar sobre o infinito. Vai lhe ajudar a entender melhor o amor da sua mãe por você.

Tem mais coisas bacanas aqui. A música que sua mãe canta para você, desde o dia que soube que você viria. O cinema, feito com as histórias que saem das cabeças das pessoas. As bolsas e os sapatos (quando você crescer, saberá). Também tem a água. Que é parecida com a que você já conhece. Aqui fora tem mais. Muito mais. O oceano é feito de água. E quando a gente olha para ele, parece que ele não acaba mais. Mas sem fim, Letícia, só mesmo o amor.

Faltou explicar o que é banco. Mas acho que você não entenderia. Aliás, ninguém entende direito. Esqueça.

Por fim, Letícia, existe a família. Família é tudo de bom. Mas, às vezes, pode torrar um pouquinho a nossa paciência. Talvez torre a sua. Mas acredite em mim: isso não terá a menor importância. Porque família é de onde a gente veio e para onde a gente sempre volta. A sua família, se for como sua mãe, é linda. E eu desejo que, quando você tiver idade para ler esta carta, ela esteja completa.

Um beijinho,”

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