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Astrologia & Arte: mais Botticelli e mapa de “Fêmea Alfa”!

“O nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli (1483). Galleria degli Uffizi, Firenze. Segundo relatos, Vênus surgiu em Páfos, na Ilha de Chipre. Outros dizem que ela pousou em Cítera, próximo à costa sul da Grécia. Ambas as ilhas foram dedicadas a seu culto.

“O nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli (1483). Galleria degli Uffizi, Firenze. Segundo relatos, Vênus surgiu em Páfos, na Ilha de Chipre. Outros dizem que ela pousou em Cítera, próximo à costa sul da Grécia. Ambas as ilhas foram dedicadas a seu culto.

Obrigada Luciene por mais um super post! 

Amigos do ConsueloBlog, conforme prometido, neste Post complementar trazemos mais belezas do renascentista florentino Sandro Botticelli, com a análise de mais algumas obras, algumas curiosidades a seu respeito e o mapa de uma amiga do Salotto, angustiada pelo que diz ser sua “sina”.  Luciene Felix Lamy

Quando se pensa em beleza, sensualidade e perfeição, basta fechar os olhos e imaginar “O nascimento de Vênus”. Por conta de tamanho lirismo e delicadeza, esse quadro tão sublime, de quase três metros de largura, é considerado um dos símbolos do movimento renascentista.

A cena retrata o momento em que Vênus (Afrodite) surge da água. Segundo o antigo poeta grego Hesíodo, em sua obra “Teogonia” (cerca de 600 a.C.), a esplendorosa deusa do amor e da beleza, a entidade que preside o encontro, a união ou, numa linguagem freudiana, a pulsão de libido, nasce após Saturno (Chronos), o Tempo, ceifar os órgãos genitais de seu pai, o Céu (Ouranós). Do esperma que fecunda a espuma do mar (aphros), nasce o amor, e do sangue, a vingança (personificada pelas Erínias, que já conhecemos AQUI.)

Sobre o simbolismo presente na obra, podemos dizer que, enquanto à esquerda temos o casal composto pelo vento Zéfiro e a ninfa Flora, conhecida pelos gregos como Clóris (ele transformará em Primavera) soprando vida e animando a deusa Vênus, do lado direito vemos a alegoria da Hora, que é filha de Têmis, a justiça divina (noutras versões, trata-se da própria Primavera), que se apressa para cobrir-lhe a nudez com um belíssimo manto de flores.

Uma das interpretações é de que assim é o amor, paradoxalmente, sensual e casto. Ou, corpóreo, carnal, mundano e também espiritual, idealizado, platônico.

As laranjeiras por trás da Hora (Primavera) estão carregadas de flores brancas com pontas douradas. E as folhas também trazem nervuras em ouro, assim como o próprio tronco. É como se todo o bosque estivesse imbuído da presença irradiante da deusa do amor e da beleza.

Nas vestes da Hora (Primavera) observamos uma espécie de cinto adornado de rosas e, em torno de seus ombros, uma delicada guirlanda de mirta verde, símbolo do amor eterno.

Todas as figuras parecem flutuar. A concha, na antiguidade grega, era uma metáfora para o órgão genital feminino. Observem também que o autor retrata as ondas próximas à concha fielmente, afastando-se, pinta-as apressadamente em “V”.

É característico de Botticelli pés e mãos expressivos, bem delineados, com dedos longos. O pescoço e os ombros – propositalmente – não seguem as proporções anatômicas reais. Discutiremos melhor o porquê dessa suprema divindade estar ladeada por essas alegorias no próximo Post, que será dedicado a ela. Por enquanto, basta que atentemos ao fato de que Afrodite está cercada por duas ações bem distintas: uma que, de certa forma, a desnuda e outra que a vela, certamente impondo pudor.

Botticelli optou pela pose conhecida por “Vênus Pudica” (observe o acanhamento da deusa ao tentar esconder os seios com uma das mãos e a região pubiana com os cabelos). Outros artistas preferiram retratá-la numa pose mais sensual, chamada de “Vênus Anadyomene”, quando ela surge nua, enxugando seus longos cabelos.

Detalhe do rosto de Vênus, cujos traços, segundo os estudiosos, também foi inspirado na mais bela donzela florentina, Simonetta Vespucci.

Representante do ideal de beleza clássica muito admirado no início do Renascimento, em especial nos círculos intelectuais de Florença, a Vênus de Botticelli expressa um olhar longínquo. Segundo Robert Cumming, os rostos pintados por ele parecem recolhidos em seu mundo interior, perdidos em seus pensamentos.

O artista sempre destaca a estrutura óssea sob a pele, maxilares bem marcados e narizes elegantes. No entanto, a severidade dos traços do rosto é abrandada com a suavidade dos ondulados cabelos dourados.

Será que algum outro artista conseguiu expressar com tamanha maestria, lábios tão convidativos a um beijo quanto esses?

Detalhe de uma das rosas presentes no “Nascimento”.

Segundo o mito, a rosa, flor consagrada a Vênus, foi criada no seu nascimento e por sua delicada beleza e fragrância, simboliza o amor. A presença de espinhos seria para nos lembrar que ele, o amor, também pode nos ferir.

Marte e Vênus, de Sandro Botticelli (1483). National Gallery, Londres.

Já nesta obra, numa clareira rodeada de mirtos, quatro faunos (sátiros) ainda crianças brincam com o elmo e a espada do temível deus da guerra, Marte (Ares). Ele está adormecido, estampa na face a sensação cansaço e, desarmado, encontra-se totalmente submisso à deusa do amor e da beleza, Vênus (Afrodite).

Sereno e imperturbável, ele parece entregue a um sono profundo (nem mesmo o trompete do fauno em seu ouvido o desperta), talvez devido à exaustão do ato amoroso. E eis o bélico Marte vulnerável, rendido. Dizem que Botticelli teria se inspirado no rosto do próprio Juliano Médici, para essas pinceladas.

Vênus (Afrodite), que parece uma recatada noiva, de branco com detalhes em dourado arrematado por um broche em forma de flor, contempla o rosto do amado, expressando delicada feminilidade. Seu rosto é todo paz.

Ao observarmos a face de Marte e imediatamente dirigirmos o olhar para a face de Vênus, concluímos que há uma união de opostos que se complementam (sono e vigília), garantindo a felicidade do casal. Entretanto, é ela que, desperta, mantém o controle da situação. Atentemos ao sublime que Botticelli explicita nessa obra: é com lucidez, toda doçura e delicadeza que mantêm-se total domínio sobre essa violenta divindade. Sim! O amor vence a guerra.

Madonna com o menino e coro de oito meninos, de Sandro Botticelli (1478). Staalich Mussen, Berlin.

Mais uma vez, constatamos a beleza do sublime: nos lírios brancos, na riqueza de detalhes nas vestes do coro de meninos e nos véus da Virgem. O semblante dela é de ternura, seu olhar “perdido”, transmite piedade, compaixão e a mais profunda paz.

Os “fios de ouro” de que são feitos os cabelos, os preciosismos na renda do véu dessa pudica Madonna, são detalhes que nos faz reconhecer o grau de perfeição alcançado por Botticelli.

Detalhe do coro de meninos.

É curioso como Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ficou conhecido por Sandro Botticelli. Sabemos que Sandro é diminutivo de Alessandro, mas Botticelli é porque “Il Botticello” significa pequeno barril e assim era conhecido um dos irmãos mais velhos de nosso renascentista.

A letra “i” ao final de Botticello surgiu mais tarde e isso porque os estudiosos pensaram que se tratava de um nome de família, como os Médici -, já que na época estes eram geralmente no plural, que em italiano termina em “i”.

Palas Athena (Minerva) e o Centauro (1482). Galleria degli Uffizi.

Como esclarecemos no Post anterior (AQUI ), o pioneirismo de Botticelli consiste na ousadia de ter resgatado a cultura pagã, retratando faunos, centauros, deuses e alegorias.

O regresso de Judith a Betulia (1472-1473), Galleria degli Uffizi, Florença.

Observem que as vestes, tanto de Judith quanto da serva que a acompanha, deixam o abdome “soltinho”, à vontade. Destacar o ventre, aludindo maternidade é comum na moda da época, pois trata-se de um valor positivo para a cultura renascentista.

Perfil do poeta Dante Alighieri, por Sandro Botticelli (1495). Conhecido como “il sommo poeta”, o autor da “A Divina Comédia” nasceu em Florença, por volta de 1265 e faleceu de malária, em 1321.

Trecho da ilustração sobre o inferno, na Divina Comédia, por Botticelli.

Sandro Botticelli: o artista brincalhão!

Transcrevo abaixo, na íntegra, o relato de um episódio sobre esse lado leve e divertido de nosso artista. A fonte é a obra “Renascimento”, Coleção Quero Saber, da Editora Escala.

“Botticelli era conhecido como um grande brincalhão pelos seus contemporâneos e possuía um humor muito agradável. Conta-se uma passagem muito curiosa sobre o seu comportamento em sua oficina, onde ele teria pregado uma peça em seu discípulo Biagio.

Na época, era comum que os ajudantes fizessem reproduções de obras de seus mestres e vendessem a colecionadores. Biagio havia executado uma bela cópia de um dos quadros de Botticelli: uma Madona rodeada de anjos.

O artista encontrou aí uma oportunidade perfeita para brincar com seu discípulo e o fez acreditar que havia encontrado um comprador para a sua reprodução. Aconselhou-o a colocar o quadro em um lugar iluminado e alto, para que o interessado se encantasse assim que visse o trabalho pagando o preço desejado.

Feito isso, Biagio foi até o endereço do comprador convidá-lo para uma visita no dia seguinte. Enquanto isso, Botticelli e Jacopo, outro aprendiz do ateliê, colocaram sobre as cabeças dos anjos recortes coloridos de papel, imitando chapéus.

Quando Biagio chega com o comprador leva um susto. Mas como o colecionador estava ciente do gracejo de Botticelli, finge que não percebeu nada de estranho e elogia muito a qualidade da obra.

O jovem sai para acertar a venda em 6 florins de ouro, o preço combinado e, ao voltar, percebe que os recortes haviam sumido. Biagio não entendendo o que pode ter acontecido pede explicações a Botticelli e Jacopo, que afirmam que tudo não passou de uma alucinação dele, encantado com tanto dinheiro.”

 

Análise do mapa de uma “fêmea alfa”!

Sobrevoando a mandala….

É capricorniana, ou seja, seu nome é trabalho. Trabalho e responsabilidade.

O Ascendente é Áries, conferindo certa impetuosidade, ousadia, pioneirismo, determinação.

A Lua está em Touro, o que equilibra o Ascendente pois sintoniza com feminilidade, augura posses e dota de grande capacidade de perseverar, também certa preguiça física e apego ao conforto material. Estando na Casa 2, oscila entre períodos em que enche e outros que míngua. Mas conta com boa “intuição” em finanças.

Júpiter em Gêmeos na Casa 3 informa que é inteligente, falante, escreve, faz muitas viagens curtas e tem irmãos.

Câncer na Casa 4 assinala base, chão, família, alicerce, amparo, esteio, amor e zelo dos pais. E, estando o regente em Touro, só corrobora o que foi dito.

Leão na 5ª Casa, a dos jogos amorosos, incute o desejo de ser tratada como rainha, paparicada e de que é autoafirmativa no amor. Bom augúrio para filhos, que serão importantes, famosos ou brilhantes. E também sorte no jogo!

Com a conjunção Plutão e Urano em Virgem, na 6ª Casa, seu dia a dia é incomum e agitado, mas assinala que esses dois poderosos e imprevisíveis planetas estão focados em construir e trabalhar se aprofundando, imiscuindo-se nos mínimos detalhes, seja lá do que for. Observem que o preciosismo virginiano na 6ª Casa impulsiona o sucesso, já garantido pelo Sol na 10ª Casa.

A 7ª Casa é Libra, signo regido por Vênus, indicando que casa sempre que quiser, não fica só. Se ficar, é por questão de trânsitos, ou seja, fases, coisa passageira. Mas o mapa assinala sorte em firmar parcerias, contratos, associações.

Netuno ocupa o signo de Escorpião, na 8ª Casa. A morte será inconsciente, talvez anestesiada, afogada, envenenada. Há tendência a restar engano, fantasia e ilusão após as parcerias, contratos e associações (embora esses venham fácil). Escorpião em seu “domus” augura heranças.

Mercúrio em Sagitário na Casa 9: uma mente apta a ensinar, alargar os horizontes, assinalando sucesso internacional. Abertura e muita sorte em países distantes. Publicações internacionais.

Sol em Capricórnio na 10ª Casa, o “domus” natural da cabra: essa é a marca de quem atinge o topo, de quem brilha aos olhos do mundo. Assinala elevado “status” profissional. Augura admiração pelos pares. Tem “crachá”, é respeitável. Um Sol (ou Leão) na 10ª Casa (que é o ponto mais elevado de uma mandala) é assinatura de “fêmea alfa”. Falaremos disso, adiante.

Marte em conjunção com Vênus indica parceiros sexuais à disposição. Se faltar sexo, será por conta de algum trânsito, ou seja, será passageiro e circunstancial, pois o par encontra-se juntinho, assegurando relacionamento físico (se assim o desejar) sempre que quiser, até o fim de seus dias.

Estando ambos, Marte & Vênus, em Aquário, preza a liberdade e as amizades acima de tudo. Não se enquadra em padrões conservadores, está além do que preza e roga o senso comum. Com Marte na 10ª Casa a energia e as armas são colocadas à disposição da carreira.

Vênus na 11ª Casa augura boas amizades e bom entrosamento com o grupo e as associações às quais pertence, podendo até liderá-los. O Ascendente em Áries contribui para isso.

Quanta coisa bacana, não é mesmo? Mas eis que chega o bom e velho Saturno, regente de Capricórnio e… Bem, vamos analisá-lo!

Saturno em Peixes na 12ª Casa. Sem dourar a pílula, leio: tendência à depressão, ao isolamento, apreço pelos bastidores. Em quadratura com Plutão, fascínio pela morte, pelo mistério, pelo oculto, o além. Atração mórbida pelo fundo do poço (ou pior, pelo subsolo do fundo do poço) aliada a uma exigência psíquica de regeneração (Saturno), culmina numa ferrenha capacidade de reerguer-se.

Devaneios, fantasias e ilusões… Empenha-se em construir alicerces (Saturno) em areia movediça (Peixes). Trata-se de uma psique vasta e riquíssima, poderia escrever, pois tem garantia de muito sucesso criando ficções. Nutre compaixão pelos demais, é solidária, solícita, benevolente. Preza o isolamento e o hábito de fazer retiros lhe faz bem à alma. Mas precisa estar consciente da necessidade de equilibrar essa tendência “natural” de atender prontamente ao chamado do inefável, do caos, do indizível.

Em termos de trânsitos, está com sorte no amor (Júpiter em Leão) e terá a Fé abalada (Saturno em Sagitário).

As dúvidas: é “sina”? E, é esse?

Como o próprio mapa aponta, há propensão ao casamento (Libra na 7ª Casa) e já foi mesmo casada algumas vezes. Entretanto, em todas as uniões, sentiu-se lesada do ponto de vista financeiro, tendo que pagar pensão, indenizar e sofrer golpes dos parceiros, inferiores em termos de posses.

Agora, na faixa dos 50 anos, reencontra um antigo namorado que, embora lindo, disponível e prestativo, apressou-se a mudar-se para sua casa e, infelizmente, não dispõe de meios para dividir as despesas ou mesmo contribuir com alguma parte.

Encontra-se diante da angústia de querer saber se é essa mesmo sua “sina”, a de só arranjar namoridos desprovidos de condições sequer equivalente à sua, impedindo-a de, ao menos, poder dividir a conta.

Minha resposta sobre essa “sina”, baseada no que vejo no mapa dela é… Sim. Não necessariamente tão golpistas (como revelaram-se os maridos e o namorido anterior) ou desprovidos (como o atual), mas em condição econômica inferior à sua.

O problema é que à nossa geração foi incutida a ideia de que, independente do sucesso que a mulher possa vir a alcançar, ainda é preferível ter ao lado o “macho alfa”, aquele todo poderoso, que adentra à caverna glorioso, com a portentosa caça nas costas.

Mas, amiga, olha esse SOL brilhando em Capricórnio justamente no topo, no alto da mandala: VOCÊ é a “fêmea alfa”, lidera o bando do qual escolheu fazer parte. O seu próprio mapa revela que foi “talhada” para isso, conforme-se.

E, pensando bem, o importante mesmo é que haja segurança e conforto, independente de quem traga. Se serve de consolo, pondere: que maravilha ser justamente você a de destaque, a provedora, muito mais seguro que o contrário, não acha?

Havendo afinidade de alma (interesses e valores em comum), bom entrosamento sexual (embora para Capricórnio isso jamais seja o quesito mais importante), confiança, respeito e, o fundamental: amor, why not?

A situação lhe parece desconfortável porque, com Leão na 5ª Casa, no amor, sonhas ser endeusada, a rainha coberta de joias, paparicada, idolatrada. No entanto, é você quem passa o cartão…

Penso que esse é um paradoxo psíquico que precisa ser assimilado, pois para piorar um pouco, a Lua em Touro se sente muito atraída por virilidade, masculinidade, segurança, fortaleza e anseia – secretamente – ser dominada. Esse papel, um homem de Áries, Escorpião ou Leão, por exemplo, mesmo sem títulos ou recheio na carteira, poderia desempenhar… O fato é que o homem precisa dominá-la. Se não pelo status, de outra forma, noutra seara.

Respondendo também se o romance atual tem futuro, pela configuração astrológica dele, embora marcado em sua vida, não é com ele que você será feliz. O affair tem data para acabar. Talvez até já tenha acabado, estando apenas “ligado aos aparelhos”. E, mais uma vez, você só fica solteira SE quiser, pois as oportunidades estão marcadas em seu destino, especialmente no período atual.

E o que será que o Salotto pensa sobre a questão das finanças entre um casal?

Bem, espero que tenham apreciado o Post, amigos! Um grande beijo e até a próxima!

Luciene

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