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Quem amamos e por que?…

Mais um ótimo texto do nosso amigo do Salotto, Cassiano Lopes!  Ele é muito engraçado… E perspicaz!!

Nest ótimo texto, Cassiano analisa quem amamos e por que!!

Nest ótimo texto, Cassiano analisa quem amamos e por que!!

Qual é o padrão dos casais gays? Por Cassiano Lopes

Por que amamos quem amamos? Já se fizeram essa pergunta? Parem e pensem: o que essa pessoa tem de especial ao ponto de despertar seu interesse de torna-la seu parceiro de vida? Acreditam que nos apaixonamos pela voz, inteligência, olhar ou toque de alguém? Eu acredito. E existe um padrão para amar? Não existe. Entre os gays é diferente? Não é. Mais uma vez reafirmo que o amor é único e as diferenças não impedem que aconteça com todo mundo.

Entretanto, não foi isso que li em um site gay de fofocas. Sei que não deveria perder tempo com esse tipo de informação, mas às vezes não resisto. A matéria tinha referências preconceituosas e debochadas sobre o suposto relacionamento entre um ator gordinho e um “cara saradex” onde a seguinte frase destacava-se: se até fulano conseguiu um namorado magia, você também tem uma chance. Depois de ler o texto, minha conclusão foi porque sou gay e não sigo certos padrões de beleza a chance de ter um relacionamento é remota e pessoas com perfis diferentes não se sentem atraídas umas pelas outras. Sorry… uma baita balela.

É preciso entender e aprender que o mundo é plural e temos o direito à felicidade independente dos padrões de beleza impostos pela sociedade, os quais não são necessários nesse caso. Me incomoda, de certa forma, a quantidade de imagens que vejo diariamente nas mídias sociais das quais faço parte com os corpos malhados, musculosos, sem pelos, esculpidos, parecendo um exército. E por que tem que ser assim? Quem disse Berenice? Se não me encaixo nesses perfis de Adônis sou jogado para escanteio? No way José! Tenho quase certeza que algumas fotos em contas repletas de seguidores no instagram são fake ou “photoshopadas”, ainda mais depois dos artifícios que a ala masculina tem usado para seguir essa linhagem Barbie & Ken, como maquiagem, sapato com salto interno e cuecas para aumentar o bumbum e o pacote. Imagina a decepção quando você compra um salami e na hora se depara com um beef jerky? OH MY GOD! E pior: não tem Procon para te salvar hahahahahaha

Essa situation acontece entre vários homens gays. Há sim um exagero narcísico ligado à questão erótica, do fetiche, do prazer, mas não acho possível viver apenas de luxúria e 50 tons de cinza como é retratado em filmes LGBTs, por exemplo. Nossa realidade, a minha pelo menos, vai além dessa temática sexual, da ferveção, boates, moda e tantos outros estigmas ligados a nós.

Por favor, não me entendam mal. Admiro quem tem foco para manter o corpo em forma. Porém, acho too much o exagero e a maneira como a imagem com apelo sexual são mostrados. Mesmo que a sedução do slogan sex sells (o sexo vende) seja intensa, não somos todos consumidores dessa oferta. O mar é para todos e o direito de amar também. Os gostos variam e não há nada de errado em um homem mais velho namorar um homem mais novo, um gordinho um magrinho, um alto um baixo, um negro um loiro, um oriental um ocidental, e tantas outras combinações que se encaixam naturalmente.

Após ler esse tal texto sobre o ator e seu companheiro, titubeei em pensar que quem escreveu tinha razão. Quantas tentativas frustradas de sedução já tive!?! Na época pensava porque não era forte ou alto o suficiente para “os padrões”. A maturidade me ensinou que não é assim que as coisas acontecem entre duas pessoas. É preciso muito mais do que uma simples atração física.

Então, a lucidez veio rapidinho e lembrei de alguns casais gays que foram julgados quando decidiram ficar juntos e passaram por momentos turbulentos porque eram diferentes. Lutaram, superaram tais dificuldades e deixaram a mensagem de que vale a pena acreditar no amor, por mais ímpar que ele possa ser.

Don Bachardy (pintor) e Christopher Isherwood (escritor) são os protagonistas do lindo documentário Chris & Don: a love story. Eles se conheceram quando tinham 18 e 48 anos, respectivamente – 30 anos de diferença

 

Eileen Myles (66), poeta, e Leopoldine Core (30), escritora – 36 anos de diferença

Ellen DeGeneres (58), apresentadora, e Portia de Rossi (43), atriz – 15 anos de diferença

Elton John (69), cantor, e David Furnish (53), diretor de cinema – 16 anos de diferença

As atrizes Sarah Paulson (41) e Holland Taylor (73) – 32 anos de diferença

Liberace e Scott Thorson. Quando se conheceram, tinham 57 e 17 anos, respectivamente. Viveram juntos por 6 anos em uma turbulenta relação – 40 anos de diferença

Simon Halls (52), assessor de imprensa, e Matt Bomer (38), ator – 14 anos de diferença

Os atores Stephen Fry (58) e Elliot Spencer (28). Não sei se ainda estão juntos… – 30 anos de diferença

Stephen Sondeheim (86), compositor, e Jeff Romley (38) – 48 anos de diferença

Rainer Andreesen (53), artista plástico, e Victor Garber (67), ator – 14 anos de diferença

Richard Buckley (68), jornalista, e Tom Ford (54), designer – 14 anos de diferença e estão juntos há aproximadamente 30 anos

Obrigada Cassiano!  Realmente algo a considerar.  E se posso dizer a minha,  acho que a diferença de idade em um relacionamento não tem nada a ver com ser gay ou não.  O amor, em geral também não… e nem tem a ver com a idade.  Uma diferença de até uns 20 anos, hoje, nem me faz piscar.  Maior, já sim.  São excessões… por isso tem poucos casos.  Me parece que em geral casais com grande diferença de idade encontram no partner algo que lhe faltou na vida até então.   Porém, não significa que não exista amor verdadeiro.  Sempre na minha opinião, vai depender do respeito e do bem que um traz ao outro.  Cumplicidade, para mim, com o que sei até hoje, é “O” atributo mais importante em um relacionamento.  Pois esta palavra vem imbuída de respeito, amor, compreensão, paciência e ternura.

E vocês do Salotto, o que acham?

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