Relacionamentos…

E lá se foi a Allegrinha outra vez… ai, por que às vezes o amor significa deixar voar os teus passarinhos?… Me considero privilegiada sabendo que não só tenho todos vocês mas também meus pais e irmãs, que mesmo longe, estão sempre por perto, o Roberto que mora em Florença e o Cosimo que volta bastante para casa… mas é impossível não olhar à minha volta e entender com uma certa dor e tanta nostalgia, que a casa bagunçada e barulhenta de alguns anos atrás, é mais uma memória que uma realidade…

O timing de todos mais e mais não coincide. Está cada vez mais difícil nos encontrarmos todos em um lugar.  Saber disto fez dos dias que acabamos de passar juntos no Natal ainda mais preciosos!… E mais duas coisas especiais aconteceram…

1.  Hoje, no primeiro dia deste novo ano para mim, pois de agora em diante entro no batente ao 1000%, tive que ficar 3 horas esperando no bar da esquina do meu mecânico para que ele pudesse instalar algo para o seguro.  Ver o vai e vem das pessoas do bairro, a dinâmica das conversas e brincadeiras me fez entender o quanto a Itália é incrível.  É um país feito de tantas pequenas cidades, todas meio provincianas (com suas vantagens e desvantagens)… Florença mesmo tem 400 mil habitantes. E na simplicidade desta vida, os relacionamentos humanos são muito importantes.  O Roberto sempre diz que aqui quase não existem terapeutas pois todos os dias se conversa e se discute dos nossos problemas no bar, barbeiro ou até verdureiro!… É verdade!!  E a sinceridade é crua!  Andar na rua e interagir faz parte deste mundo.  O café da manhã nesse país é um rito, como tantas coisas aqui… (vejam este post AQUI onde falo do café da manhã na Itália).  E o objetivo, como já falei tantas outras vezes, é o prazer… Este é o país do hedonismo… outra razão pela qual me apaixonei pela Itália…
2. Dos meus filhos peço só uma coisa para o meu presente de natal/aniversário, uma cartinha.  Nela gosto que eles me contem como foi o ano…  Com um pouco de “rolação de olho” e depois de bufar, eles sempre me entregam suas folhas.  As da Allegra (19) mais longas com sua letra redondinha, cheias de emoção e palavras doces.  As do Cosimo (22) curtas, com letrinha toda torta, ao ponto com o amor entre as linhas.  Mas este ano os dois escreveram, cada um do seu jeito, a mesma coisa.  Palavras lindas e sinceras, cheias de emoção me agradecendo pela mesma coisa: meu apoio.  Chorei, chorei muito ao lê-las… e só pensando nelas começo a chorar de novo. Pois isso, querido Salotto, é, e vai sempre ser, o meu maior objetivo como mãe.  Saber que a qualquer momento de medo, dúvida e alegria o meu número será entre os primeiros que eles ligarão.  Me traz um sorriso ao rosto e ao coração.  E mais que tudo, encurta qualquer distância!

Obrigada Universo por me dar AMOR!