O Altruismo do Amor…

Sempre achei que amar fosse algo lindo mas de certa forma egoísta.  A sensação de possessividade sendo o carro chefe neste raciocínio.  A monogamia vem de uma necessidade da sociedade em garantir que os bens materiais passem a um herdeiro da linhagem paterna, forçando assim a mulher a ter um par só.  Será essa, uma causa material e imposta pela sociedade, a causa do ciúmes?  Anos de doutrinação que dois era o número ideal?   Vivendo descobri que a origem do meu ciúmes sempre foi a insegurança que meu par me dava, gerando uma grande necessidade de possuir completamente a outra pessoa.  Porém com a consequência oposta, a de distanciá-la!  Incongruências humanas!

Mas falo de um amor maior.  Algo de incontrolável e insubstituível.  No meu caso é aos meus filhos.  Quero eles perto, mesmo se os deixo ir longe.  Sinto uma saudade ENORME!  Ao ponto de procurar o cheirinho deles no travesseiro quando vão embora… Ao ponto de suspirar continuamente…  Mas isso é egoísmo?…

A Blanche (mais dela AQUI), governanta da minha mãe, minha e de meus filhos, ou seja parte da família, muito religiosa e órfã cedo, um dia me falou que demorou quase a sua vida toda para entender o significado desse AMOR do qual fala a Bíblia.  Eu a perguntei o que era, e ela respondeu “é tudo, e é totalmente sem egoísmo.”

Para mim a minha definição de amor veio há pouco, quando meus filhos foram embora (para um post sobre como sobreviver ao ninho vazio veja AQUI).  A tristeza era tanta que senti dor física.  Como sou muito pragmática comecei a pensar qual seria o modo de fazer esta dor passar.  Afinal não queria que eles soubessem que eu estava mal.   Depois de uma certa introspecção concluí que além do tempo que a amenizaria, o único jeito era se não os amasse tanto…  Foi quando entendi que amar é um ato de puríssimo altruísmo.  Pensem bem, pessoas muito egoístas tendem a amar mal…

Quando se ama verdadeiramente nos expomos à enorme dor da traição, do abandono e da perda.  O único jeito de não passar por essa dor é não amar.  Mas será que eu quero uma vida sem amor para não sofrer?  É essa a única alternativa?  Se for, eu voto não… PREFIRO AMAR!!

Portanto amo meus filhos com todo o meu coração, expondo-me à dor.  E do momento que aceitei isto aprendi a amar mais completamente!  Amo meus pais, minhas irmãs, o Roberto e amo vocês, Salotto!

I LOVE YOU!!  E que venha a dor!!  Gosto de viver intensamente!